E não é que a estratégia do blefe deu certo? por Beth Guaraldo

Em um pequeno país muito, muito distante, o alto executivo de uma importante multinacional recebeu um ‘cheque mate’ da matriz: “Melhore seus resultados, pois não queremos continuar perdendo dinheiro”. O país em que esse executivo trabalhava estava em crise, as vendas tinham caído. Não era apenas responsabilidade dele. Mas, ele tinha de resolver o problema. O recado foi bem claro.

Depois de muito pensar, ele se decidiu por uma estratégia – o blefe. Chamou todos os funcionários da empresa e informou que a companhia estava pensando em sair daquele país em razão do desempenho negativo e que, por isso, todos perderiam seus empregos.

Na verdade, a empresa não tinha a menor intenção de deixar o país, de fechar fábricas e demitir todo mundo. Era apenas um engodo. O que se queria mesmo era forçar o governo a rever sua política de impostos e conceder mais benefícios para a organização.

Como o alto executivo bem imaginava, a informação correu rápido. Os funcionários fizeram vários posts em suas redes sociais e em pouco tempo a imprensa fazia matéria em cima de matéria, com todas as especulações possíveis.  E não se falava de outra coisa. Em um país em crise, a saída de uma empresa daquele tamanho era uma péssima notícia.

O governante daquele pequeno país muito, muito distante ficou apreensivo. Como assim? Sair daqui? É necessário impedir que isso aconteça. E começou a pensar em maneiras de ajudar a empresa. Redução de impostos? Isenção de tarifas?

Um plano foi criado, apresentado ao alto executivo, que conseguiu o que queria, já que a real intenção da matriz era mesmo continuar naquele país, ampliar os investimentos e gerar novos negócios, mas precisava de algumas benesses do poder público.

Todo mundo acabou conseguindo o que almejava: a empresa manteria e até ampliaria sua produção, anunciou investimentos vultosos; o país, porque precisava de uma empresa daquelas por lá, mesmo tendo de reduzir a arrecadação de impostos e outras tarifas que, certamente, fariam falta em áreas carentes de investimentos; os funcionários manteriam seus postos de trabalho e, segundo o executivo, outros mais seriam contratados.

E não é que deu certo? A estratégia do blefe funcionou perfeitamente e todos viveram felizes para sempre.

Qualquer semelhança é mera coincidência!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!