O coronavírus e o carnaval: qual é o perigo?

Está decidido. O governo vai repatriar os brasileiros que estão em Wuhan, epicentro do coronavírus que, até esta manhã, já atingiu mais de 24 mil pessoas com 400 mortes. Assim que chegarem ao Brasil, neste sábado, eles vão cumprir quarentena de 21 dias em Anápolis (GO). A mesma medida foi tomada pelo governo de Hong Kong, que vai colocar em quarentena de duas semanas todas as pessoas provenientes da China.

São medidas acertadas para evitar a proliferação do vírus, que já atingiu mais de 20 países. Todas as precauções devem ser tomadas para impedir a entrada do coronavírus. Por isso, causa estranheza a decisão de não cancelar o carnaval no Brasil, época em que entram no país estrangeiros de várias nacionalidades.

Na segunda-feira (3), a Agência Brasil publicou uma notícia com declarações do médico sanitarista Alexandre Chieppe, da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. Ele diz: “O coronavírus não é hoje um risco em termos de transmissão para as pessoas, uma vez que não tem nenhuma evidência de que ele esteja no Brasil”.

Sim, certo, o vírus pode não ter chegado ao país, mas, segundo o governo da China, ele pode se espalhar antes mesmo do aparecimento dos sintomas, pois ele é infeccioso durante esse período. Foi por esta razão que o país asiático decidiu suspender as comemorações do Ano Novo.

A preocupação com o vírus chegou ao whatsapp e às redes sociais. Elas informam que o carnaval pode ocasionar a disseminação do vírus, mas o Ministério da Saúde afirmou que tudo isso não passa de fake news.

Mas, vem cá, como assim? Dentre as medidas de prevenção não está, justamente, evitar aglomerações? Então, no carnaval o que não falta é aglomeração nos sambódromos, blocos e nos circuitos baianos. Então, se, por acaso, chegar ao Brasil uma pessoa contaminada, mas ainda assintomática, o que pode acontecer com os milhares, milhões de pessoas que saem às ruas?

Obviamente que não sou profissional de saúde, muito menos autoridade da área. Mas, que isso tudo me parece um contrassenso, parece! Para dizer o mínimo.