Não me perturbe, por favor!
Telemarketing aborrece um bocado. Todo mundo certamente concorda comigo. Por isso, é pra lá de louvável, oportuna, imprescindível a iniciativa do site Não me perturbe (www.naomeperturbe.com.br), criado pelas empresas de telecomunicação a pedido da Anatel. O bloqueio, infelizmente, só vale para o telemarketing destas mesmas empresas. Na terça-feira (16/7), primeiro dia de funcionamento da plataforma, mais de 620 mil pessoas se cadastraram para bloquear as ligações.
Eu me inscrevi na ontem e foi um processo bem demorado. Foram vários minutos para confirmar o login. Depois disso, fiz várias tentativas para solicitar o bloqueio, que não foi aceito, porque ambas as linhas já estavam cadastradas no Procom.
Realmente, as empresas – todas elas – e também as organizações não-governamentais estão abusando do telemarketing. Não existe ação mais invasiva do que ligar no celular de quem quer que seja, a qualquer hora, para ‘empurrar’ um produto, um serviço ou pedir uma doação.
Outro dia ligaram no meu celular pedindo uma doação para crianças carentes. Pedi para informar o nome da entidade. Nada. A pessoa continuou falando. Perguntei como tinha conseguido meu número. Ela simplesmente ignorou e continuou falando e falando. Informei que meu número já estava, teoricamente, bloqueado para esse tipo de ligação pelo Procon. Problema é que nunca funcionou.
Então, assim, continuei, ao longo desses dez anos, recebendo ligações absurdas. Caso, por exemplo, da minha operadora de internet / telefone / TV a cabo telefonando para oferecer serviços de internet / telefone / TV a cabo. Oi? Como assim? Não sabe que já sou cliente?
Ou uma editora oferecendo assinatura de revistas. Resolvei perguntar como havia obtido meu número – desta vez era o telefone fixo. A resposta, na cara dura, foi de uma transparência ‘exemplar’: compramos o mailing de uma operadora de cartão de crédito.
Como? Sim, isso mesmo. É um troca-troca de informações dos consumidores. Espero que isso acabe de uma vez por todas e que a iniciativa da Anatel se espalhe pelos outros segmentos da economia para não termos mais que aguentar esse tipo de coisa!