Metaverso: por que você ainda vai ouvir falar muito sobre isso?

Quem quer que tenha escrito sobre as principais tendências da tecnologia para 2022 aponta o metaverso como uma das mais importantes. E, afinal, o que é metaverso. Resumidamente, é uma tecnologia que permite replicar sua vida no universo digital.

Isso não é novidade: no início dos anos 2000, surgiu o Second Life, no qual criávamos avatares para nos representar na plataforma. Podíamos ser o que bem entendêssemos. Cheguei a participar de um seminário de dia inteiro sobre ele. Especialistas os mais variados foram debater o assunto e a conclusão foi uma só: veio para ficar, é o futuro. As empresas correram para não perder a oportunidade de operar dentro do universo ‘paralelo’, acreditando que era mesmo o futuro que estava se antecipando.

Não foi o que aconteceu. Passado um tempo, ninguém mais ouvia falar de Second Life que, aliás, está de volta.

A questão aqui, claro, é, o metaverso. A aposta é alta e levou o Facebook a mudar seu nome para Meta e a jogar todas suas fichas na tecnologia. Mas, em entrevista ao NeoFeed sobre as previsões para esse setor em 22, Steve Galloway, escritor, professor da Universidade de Nova York e guru do Vale do Silício, diz textualmente: “O metaverso de Mark Zuckerberg será o grande fracasso de 2022”. A explicação, para Galloway, está no próprio Facebook, cuja “habilidade demonstrada em aquisições não se repete em boa parte de seus projetos internos”, citando como exemplo o desenvolvimento dos óculos de realidade virtual do FB, que está sendo muito pouco vendido, contrariando as projeções da empresa.

Galloway acredita que a Apple é a empresa “mais bem posicionada para construir o verdadeiro metaverso”, porque já “provou ser incrivelmente hábil com tecnologia”.

Seja Facebook, seja Apple, pouco importa quem vai vencer essa batalha. A questão é que o metaverso está aí.

A pergunta então é: Por que as pessoas teriam interesse em criar uma vida totalmente nova em plataformas de metaverso? Quem responde é Walter Longo, sócio-diretor da Unimark Comunicação, em palestra realizada no final do ano. “Isso já acontece. Basta ver as redes sociais em que boa parte das pessoas sempre se mostra melhor do que na verdade é”.

Entretanto, as consequências do uso do metaverso ainda são imprevisíveis. Há especialistas que acreditam na possibilidade de depressão e violência. Ou, como diz Longo, “o resultado emocional poderá o de não conseguirmos distinguir a realidade da ficção”.

Para Giuseppe Riva, diretor do Laboratório de Tecnologia Aplicada de Neuro-Psicologia do Istituto Auxologico Italiano, há evidências de que a realidade virtual pode melhorar a saúde mental. Diz ele: “Sabemos que, para qualquer forma de ansiedade – de simples fobias e transtorno de estresse pós-traumático – a realidade virtual é eficaz”.

A conferir!