O tempo que se dedica ao outro
Há uns dias, fui a uma reunião nas proximidades da avenida Luis Carlos Berrini. Como não dirijo e tinha tempo, resolvi ir de metrô e trem. Olhei o endereço no Google Maps e até descobri a saída certa da estação. Assim que cheguei à marginal Pinheiros, peguei o celular para ver a hora e descubro que o sistema operacional estava sendo atualizado, portanto, nada funcionava.
Comecei a andar em busca da rua. Dois, três quarteirões e nada. Resolvi perguntar. Parei um rapaz, informei o problema do celular e perguntei se ele sabia onde era a rua. Ele não sabia, mas em vez de me dizer isso, ele pegou o telefone dele e foi procurar a rua. E aí me respondeu. Agradeci e fiquei pasma!
Isso não acontece. Eu não faço esse tipo de coisa. Se sei onde é, eu explico, se não sei, informo. Parar para buscar a informação? Foi demais. Foi de uma gentileza e atenção como eu não via já muito tempo.
Essa atitude me fez pensar no tempo que não dedicamos aos outros – muita gente nem dedica esse tempo, ou algum tempo, a si mesmo. Mas, por que não seguirmos o exemplo – e isso, claro, vale para mim – desse rapaz e sermos mais gentis e atenciosos com o outro? Que tempo precioso perderíamos ao fazer isso? Usaríamos, talvez, alguns poucos minutos que despendemos no celular.
Dedicar um tempinho para ajudar alguém, seja na circunstância que for, só pode melhorar esse mundo em que vivemos. Um mundo de tanta violência – basta ver o que ocorreu em Manaus por esses dias; de tanta aparência – é só entrar no Instagram e no Facebook e no Instagram para percebe; de tanta falta de sintonia e empatia entre as pessoas.
A atitude simpática e cooperativa deste rapaz merece ser replicada e multiplicada. É o que eu pretendo fazer.