As redes sociais como meio de informação das novas gerações
Um dia desses, eu estava na casa de uma amiga, que tem filhos adolescentes. Comentávamos uma notícia qualquer e perguntei como eles se informaram a respeito. A resposta era exatamente o que eu esperava: eles usam as redes sociais para ficar sabendo o que ocorre pelo mundo – claro, apenas o que é de interesse deles e que os amigos compartilham.
Ontem, uma amiga dividiu comigo um áudio do sobrinho dela, em que ele comentava como a comunicação tem mudado. Por causas das chuvas que tornaram a capital caótica, ele recebeu vários vídeos mostrando a situação na região em que ele mora. A conclusão: ele não precisou, em momento algum, acessar o site de veículos de comunicação para se informar a respeito da cidade. Os vídeos que chegaram até ele eram ainda mais precisos porque lhe diziam respeito diretamente.
Em julho do ano passado, neste blog, comentei o que ocorreu em um evento de que uma amiga participou. Quando questionadas sobre como se informavam diariamente, cerca de 90% das pessoas presentes garantiram que só utilizavam as redes sociais para isso.
Coincidentemente, ontem li uma matéria no Meio & Mensagem sobre como as novas gerações consomem informações jornalísticas, baseada em uma pesquisa da Comscore que mapeou “as diferenças dos hábitos de consumo entre as gerações X (pessoas de 40 a 60 anos), millenial ou Y (entre 25 e 40 anos) e Z (pessoas com menos de 25 anos)”.
A principal conclusão do estudo é que “as novas gerações consomem informações jornalísticas pelo celular, preferencialmente pelas redes sociais e não estão dispostas a pagar para ter acesso a conteúdo informativo”. Outro destaque é que 66% da geração Z lê as notícias de forma rápida e superficial e 80% de seus integrantes confiam na televisão e acompanham os telejornais matinais.
Também chama a atenção o fato de a maioria dos integrantes das três gerações ser contra pagar para acessar conteúdos – 85% na geração Z; 82% entre os millenials e 87% na geração X. Pagar só interessa se a informação for muito relevante ou se garantir entretenimento. Não por acaso, Netflix e Spotify são considerados relevantes.
Ainda de acordo com a pesquisa, “a geração Z é a única em que a maioria das pessoas (55%) usa as redes sociais como principal fonte de informação”. O percentual cai para 40% entre os millenials e para 25% na geração X.
Minha amiga, tia do remetente do áudio, concordou 100% com o sobrinho, lembrando que, hoje, ela se informa por meio dos canais que fazem crítica, já que o acesso aos fatos é muito fácil. O que tem valor hoje, segundo ela, é a análise, a crítica, o comentário que ajuda a entender. E no caso da chuva caótica de ontem, a verdadeira prestação de serviços.
Alguém discorda?