Greve dos caminhoneiros? Agora?

Fiquei estarrecida com a confirmação da greve dos caminhoneiros. Infelizmente, fiquei sem saber a data em que começa, porque a informação de dois veículos ligados ao mesmo grupo de comunicação era discrepante. Um dizia que o movimento começa nesta segunda-feira, dia 1 de fevereiro. O outro, que será em 1º de março.

Sempre defendi o direito dos profissionais e das categoriais irem atrás do que acham justo. A greve, como se sabe, é um direito constitucional, exceto em alguns casos.

Mas, de verdade, por mais que tenham direito de buscar o que acham que lhes é devido, o senso de oportunidade está totalmente equivocado, mesmo que afirmem a decisão de manter 30% da frota em operação.

No Brasil, como se sabe, a maior parte do transporte de carga é feito pelas rodovias. E, agora, como vão ficar as coisas? Como os novos lotes de vacinas contra a covid-19 vão chegar onde precisam? E o que dizer dos tanques de oxigênio, desesperadamente necessários para garantir a vida de muita gente? E os alimentos?

Num país em que tem gente furando a fila para tomar a vacina antes de pessoas do grupo de risco, em que tanta gente deixou de lados os cuidados sanitários básicos e saiu para baladas sem máscara e, depois, contaminou a família inteira, não é de estranhar a convocação dessa greve.

Precisamos de mais empatia. Os caminhoneiros precisam parar e pensar se gostariam de ver um familiar precisando de medicamento, de oxigênio sem a perspectiva de obter por causa da greve.

Greve, para mim, agora, é oportunismo! E tenho dito!