A nova era de ouro do rádio, por Cynthia May Richard
A pesquisa 2020/2021 da Associação Brasileira de Podcasters revela que 66% das pessoas que produzem podcasts criam seus conteúdos “única e exclusivamente por hobby”.
O cenário está mudando, pois é crescente a quantidade de programas profissionais, jornalísticos e corporativos, mas vale observar que a explosão de podcasters – possibilitada pela era digital – tem um outro componente sedutor: o compartilhamento do poder do emissor de uma das mídias mais fascinantes, o rádio, que, a partir da década de 30, foi o principal veículo de comunicação de massa, até o surgimento da televisão em 1950.
Além de levar informação a praticamente todos os recantos do país, o rádio ditou comportamentos, tendências, projetou grandes nomes da música brasileira e encantou a audiência com os inesquecíveis folhetins de radionovela.
Seu poder de penetração até hoje é indiscutível.
Com advento do podcast, por volta de 2004, qualquer pessoa pôde assumir o posto de emissor, criar seus próprios conteúdos e sair em busca de audiência. Mas, mesmo que a nova mídia tenha socializado o espaço por trás do microfone, há similaridades que precisam ser consideradas para alcançar o sucesso almejado.
É importante lembrar que, embora a linguagem do podcast possa ser mais informal e descontraída, como uma conversa ao pé do ouvido, “espontâneo é diferente do improviso”, como foi bem lembrado em um evento sobre podcasts da revista Piauí.
E, assim como no rádio, exige produção, roteiro, pesquisa, independentemente do formato, mesmo em rodas de debate que, às vezes, pode parecer uma ‘bagunça’, mas é organizada, com abertura, condução de conteúdo e encerramento.
Ou seja, não basta abrir o microfone e deixar a inspiração conduzir um programa, mesmo que seja apenas por hobby. É preciso unir roteiro, qualidade de som e de edição e, é claro, ter o que dizer e saber para quem dizer, já que o podcast é uma mídia de nichos, com alto potencial para engajar e fidelizar audiência.
Depois, é publicar e distribuir para ser consumido quando, onde e quantas vezes o ouvinte desejar, diferentemente do rádio, criado para transmissão em massa com programação em horário pré-determinado.
Em tempos de novas mídias, o podcast também vem conquistando seu espaço na publicidade. Uma pesquisa realizada pela Nielsen mostrou que as propagandas feitas em podcasts geram até 4,4 vezes mais retorno para as marcas que anúncios estáticos e pop-ups em outras mídias digitais. Portanto, vivemos novamente a era de ouro do rádio, mas agora digital e ao alcance de todos.
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