Matar ou domar?, por Mauro Letizia

É muito comum ouvir “É preciso matar um leão por dia” da boca de empresários ou de quem tem muita responsabilidade. É um modo de mostrar sucesso e determinação, por meio de uma analogia com um ato hercúleo, heroico, no qual o leão, símbolo de força e poder, se torna um troféu por conquistas diárias – quem é publicitário sabe que o prêmio que se leva para casa do Festival Internacional de Criatividade de Cannes é um leão.

Sem entrar no mérito da crueldade de matar um leão, a metáfora com o mundo profissional é boa. O leão representa as grandes dificuldades a serem superadas, valorizadas ainda mais por quem “mata um leão todos os dias”.

Essa expressão acabou se tornando inócua nos dias de hoje. Nada é simples atualmente. O ato de acabar com um problema instantaneamente pode não ser uma boa medida no longo prazo. “Matar um leão por dia” representa uma solução rápida para ultrapassar obstáculos, mas existem inúmeras possibilidades de se chegar a uma solução. Hoje seria mais pertinente dizer “domar um leão por dia”.

Domar, ao invés de matar, envolve entender, descobrir, interagir, aprender e exercer o poder para controlá-lo. O domador precisa conhecer profundamente o leão para poder dominá-lo. Também é assim com as adversidades e as dificuldades do mundo corporativo – e pessoal. Quando se entende a situação e se toma a atitude certa na solução de problemas ou em decisões importantes, se gera conhecimento, sabedoria e expertise para encarar novos desafios, novos leões.

É a informação e o conhecimento fazendo diferença. Quanto mais conhecermos nossos concorrentes ou adversários, mais aptos estaremos para competir e vencer. E nessa batalha o que mais importa, além do conhecimento e da experiência, é a garra de querer conquistar.

E não estamos falando da garra do leão.

Essa dá para domar.

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