Jornalismo de dados traz confiança à informação
Já faz tempo que o marketing e a publicidade usam dados para suas ações e campanhas. O jornalismo também faz para construir suas matérias, orientada pelo conceito data driven journalism, surgido em 2009 nos EUA para definir a produção de notícias com dados estruturados. Não por acaso, as redações usam cada vez mais os recursos de big data e people analytics.
Em post sobre o assunto, o blog da Rock Content destaca que o primeiro exemplo de jornalismo de dados “é do jornal The New York’s Tribune que, em 1849, publicou na capa um gráfico completo sobre a epidemia de cólera que atingiu a cidade naquele ano”. O gráfico, segundo o blog, “mostrava a proporção de mortes por cólera em relação ao número total de óbitos na cidade”. Passados mais de 170 anos, é o que se vê hoje em todos os canais de comunicação a respeito da pandemia de covid-19.
Ninguém desconhece que a internet foi a grande responsável pelo desenvolvimento do jornalismo de dados, em razão da monumental quantidade de informação que ela gera diariamente. Mas, até a década de 2000 esse enorme volume de dados não era usado pela imprensa, “pela dificuldade dos profissionais em lidar como a complexidade das correlações estatísticas”, como informa o blog.
Quais são as vantagens deste tipo de jornalismo? Confira:
- A confiabilidade dos dados
- Sua relevância diante da crise de credibilidade pela qual os veículos de comunicação vêm passando
- Fonte importante para coibir as fake news
- Eles não são influenciados por interesses particulares
- A qualidade da informação que vem de fontes confiáveis e é apresentada em gráficos, tabelas, infográficos, entre outras
Para fazer jornalismo de dados, os profissionais de imprensa utilizam alguns recursos, caso das ferramentas de big data, capazes de estruturar as grandes bases de dados, por meio de filtros e outros parâmetros que separam a informação de interesse do profissional.
Outra possibilidade são as ferramentas de análise semântica, que reúnem as palavras-chave da internet, sejam elas as encontradas pelos sistemas de busca, como as usadas nos comentários das redes sociais ou fóruns. Com a ajuda de apps de inteligência semântica, os jornalistas conseguem entender a intenção do internauta.
A plataforma Github é usada por programadores e desenvolvedores para divulgar criações e experiências que geram softwares de código aberto. Com eles a imprensa pode criar seus próprios apps de notícias, otimizados para a visualização responsiva dos dados.
Por fim, os jornalistas utilizam acervos de dados oficiais e de pesquisas, que contêm uma enorme quantidade de dados. Para não perder nenhuma informação relevante, a imprensa usa ferramentas de engenharia de dados.
O uso de dados vale não apenas para a imprensa, mas, também para validar informações de quem produz conteúdos voltados para quaisquer canais, como blogs, redes sociais e área de notícias dos websites.