A pandemia só piora, sinal de que ainda não aprendemos

Nesta manhã, logo cedo, quando fiquei sabendo que ontem os Estados Unidos registraram cerca de 100 mil novos casos de covid-19, juro que desanimei. E não foi só lá que as contaminações aumentaram. Isso ocorreu na França, na Itália e outros países da Europa.

O Brasil segue em um ritmo menos acelerado, com número de mortes subindo ou caindo, dependendo dia, e a mesma situação com as novas infecções. Já vivemos momentos bem piores e, considerando que praticamente tudo voltou a funcionar, até que não dá para reclamar demais. Ah, sim, é preciso lembrar também a quantidade enorme de gente que não usa máscara ou deixa pendurada no pescoço.

Mesmo assim, nada disso é animador. Muita gente – eu inclusive – passa muito tempo em casa, saindo só em caso de necessidade. Estamos todos cansados, saudosos das pessoas da família e dos amigos, que não vemos há meses.

Outro dia, ao telefone com meu primo – o irmão dele foi uma das vítimas da covid-19 – falávamos que as lições que a pandemia está nos ensinando ainda não foram aprendidas. Me pergunto se um dia serão. Em minha opinião, uma das coisas que ela está mostrando é que estamos lidando de forma totalmente errada com o dinheiro.

Vi, ao longo desses meses, vários gestos importantes de solidariedade, vindos de pessoas anônimas, de pessoas não tão anônimas assim, de empresas, com a intenção de ajudar quem precisa. É um tanto discutível a divulgação dessas atitudes. Mas isso é tema para um outro post.

Mas, também vi situações do mais profundo egoísmo, ganância, mentiras, enganos. Gente se aproveitando da crise para roubar dinheiro de equipamentos e materiais absolutamente necessários para o tratamento e o controle da doença. Todos sabemos que isso acontece.

Além da solidariedade que deve ter aumentado bastante, a pandemia está mostrando a necessidade da empatia, a compreensão emocional do outro, a capacidade de entender e se colocar no lugar de outra pessoa. Fácil? Nem por um minuto.

Mas, isso tudo é imprescindível se quisermos nos tornar seres humanos melhores, sem ganância, egoísmo, ódio, violência.

Pareço piegas? Sim, possivelmente. Mas, estou firmemente convencida que, se não mudarmos, coisas bem piores do que a pandemia ainda virão. E não sou apenas eu quem acredita nisso. Muitos pensadores – de várias correntes filosóficas ou religiosas – vêm dizendo isso.

É pagar para ver. Ou mudar para não viver mais tudo isso! A escolha é de cada um.