Assessoria de imprensa: fazer ou não fazer?

Faço assessoria de imprensa desde 1975 e vi a atividade passar por várias mudanças. Quando comecei, nós, assessores ligados ao setor empresarial, éramos vistos com um certo “pé atrás” pelos jornalistas, porque não era comum jornais e revistas publicarem informações sobre as empresas, a não ser quando eram negativas. Também trabalhei vários anos em entidades de classe, nas quais o problema era bem menos acentuado.

Com o tempo, tudo foi mudando e a imprensa passou a dar mais atenção às informações corporativas, o que levou ao surgimento de várias agências de RP e de profissionais de AI.

Depois dessas experiências, fui trabalhar em uma agência de relações públicas, onde fiquei quase 30 anos. Lá fiz de tudo e atendi empresas nacionais, internacionais, governos, organizações não-governamentais. Muitos eventos de imprensa reuniram ministros, artistas, grandes empresários e até uma rainha. Naquele tempo, não era raro ter a presença mais de 50 jornalistas em uma coletiva de imprensa.

Aproveitei a chegada da tecnologia para ajudar no trabalho que nunca foi fácil, mas, nos últimos tempos tem sido bem difícil. Tanto que cheguei a desistir de fazer assessoria há uns quatro anos, mas acabei mudando de ideia depois de reencontrar uma grande parceira, que, na minha opinião, faz relações com a imprensa como poucos. Dividimos o trabalho e tudo tem funcionado muito bem.

Mas, e isso não é recente, tenho ouvido muita gente me perguntar se ainda vale a pena fazer assessoria de imprensa, uma vez que a comunicação oferece hoje inúmeras ferramentas e a possibilidade de as marcas ‘falarem’ diretamente com seus consumidores. Minha resposta a isso é sempre a mesma: “Sim, ainda vale a pena fazer assessoria de imprensa”.

A assessoria de imprensa é fundamental para colaborar no fortalecimento da reputação das empresas e para ampliar sua visibilidade. Além disso, quando uma empresa é mencionada em uma matéria jornalística ou entrevista, isso traz mais credibilidade e confiança para a marca, o que pode influenciar positivamente a percepção do consumidor.

Portanto, não dá para desconsiderar a importância de estabelecer e manter relacionamento com jornalistas de forma verdadeira e totalmente transparente, o que, em situações de crise a que todas as organizações estão sujeitas, pode fazer a diferença entre “a vida e a morte”.

Para finalizar, cabe destacar que a assessoria de imprensa sozinha não faz milagres. Ela precisa ser combinada com outras estratégias de comunicação, entre as quais uma forte atuação nas mídias sociais, brand publising, branded content, por exemplo.