Cansei desse ‘assédio’ digital das empresas

A exemplo da grande maioria das pessoas, sempre que preciso comprar alguma coisa vou antes pesquisar na internet. Não foi diferente quando precisei comprar uma máquina de lavar. Primeiro, fui conhecer marcas e modelos. Quando escolhi o que eu queria pesquisei preços. Encontrei a melhor oferta. Depois fui às lojas, para ver o que era mais vantajoso: compra presencial ou online. O processo durou poucos dias, fiz a compra pela internet, recebi a máquina e assunto encerrado.

Assunto encerrado? Nem pensar, certo? Navegar na internet virou um verdadeiro ‘inferno’. Qualquer página que eu abrisse, lá estavam elas – as ofertas de máquinas de lavar, de todos os tipos, preços e de todas as lojas. Podia ser em um portal de notícias, em uma rede social. Não adiantava. Elas pulavam na tela.

O que me levou, claro, a concluir que isso que as marcas fazem com seus consumidores é um acinte, um verdadeiro ‘assédio’ digital. Eu nunca dei autorização a nenhuma loja para ficar me ofertando produtos o tempo todo. Eu me senti dentro do livro 1984, de George Orwell, com o Grande Irmão me espiando em todos os lugares.

É bom esclarecer que as tais ofertas vinham de todas as lojas que eu havia pesquisado, incluindo aquela com a qual fiz negócio. Qual é a mecânica? Não tem como saber que eu já comprei da sua loja e que, óbvio, não vou comprar outra máquina de lavar roupas tão cedo?

Não sei responder por ninguém, apenas por mim mesma. Mas, esse tipo de comportamento altamente invasivo, no que me diz respeito é completamente contraproducente. Fiquei tão incomodada com o assédio que, juro, vou pensar duas vezes antes de comprar um eletrodoméstico pela internet. Sim, claro, eu limpei o cache e as ofertas sumiram.

Será que não se consegue um meio termo para evitar tanta invasão, tanto assédio? Entendo que as marcas precisam vender, que cada vez que entramos em um site deixamos para trás uma informação sobre o que gostamos ou não, nosso comportamento, nossos hábitos de compra. Se informei que estou pesquisando uma máquina de lavar, ao fazer a compra deixei implícito que não tenho mais interesse nela. Essa informação não chega em quem precisa chegar?

Com a palavra os ‘marketeiros’ e publicitários que ainda insistem nesta prática, mesmo agora, em que o discurso é bem outro!