Sensatez é o que parece estar faltando

Para dizer o mínimo, ontem foi um dia bem difícil para os mercados financeiros globais e no Brasil não foi diferente. A bolsa caiu 12,7%, o pior desempenho em mais de 20 anos. O dólar bateu um novo recorde e fechou a segunda-feira cotado a R$ 4,72. Não foi fácil, mas muitos comentários vistos aqui e ali foram responsáveis por piorar ainda mais o clima. Foram observações do tipo: “dia de caos”, “segunda-feira sangrenta” e outras preciosidades do gênero.

O que faltou, na minha opinião? Sensatez! Como um post que li ontem à noite – desculpem-me, mas não lembro o nome do autor – que perguntava aos ‘apavorados’ investidores em renda variável se iriam precisar do dinheiro aplicado imediatamente ou se esse recurso era imprescindível para a, digamos assim, sobrevivência. Se a resposta fosse não a essas e outras três perguntas, o melhor, dizia o autor do post, era não fazer nada, deixar tudo como e onde estava.

Todo mundo sabe que resgatar os investimentos depois de uma queda como a de ontem é perda na certa. Então, melhor deixar tudo como está e esperar para ver. (Aliás, segundo notícias desta manhã, as bolsas europeias abriram em alta e a do Japão fechou também em leve alta. Por aqui, o Ibovespa futuro, às 9h18, apresentava alta de 5%).

A queda nas bolsas foi resultado do avanço do coronavírus e também da guerra de preços do petróleo entre Arábia Saudita e Rússia que fez a commodity cair cerca de 30%. Os investidores entraram em pânico e tudo ruiu.

Sobre o coronavírus… também parece faltar sensatez. Há gente criticando a decisão do governo italiano de colocar o país em ‘quarentena’. Dá para entender porque isso oi feito. A Itália é hoje o segundo país com maior número de infectados – pouco mais de 9,1 mil – e de mortes – 463.

O que não resolve é pânico. Os governos precisam é continuar – ou começar – a fazer campanhas massivas para ensinar à população os cuidados preventivos contra o vírus e, principalmente, fazer as pessoas entenderem que, apesar dos números globais de contaminados ser bastante alto, na maioria dos casos a cura é rápida e sem sequelas.

Vale assistir ao vídeo do Dr. Drauzio Varella, publicado no dia 3 de março. Os números de brasileiros infectados está, claro, defasado. Mas, ele, o médico, é uma voz tranquilizadora, de sensatez. É o que eu penso!