Uma estranha novidade do coronavírus

Deu ontem no Estadão: Genoma do 2º caso de coronavírus no Brasil é diferente do 1º, apontam cientistas. O primeiro paciente brasileiro, como se sabe, foi confirmado na quarta-feira de cinzas – um homem de 61 anos, que voltava da Itália. Na sexta-feira, foi a vez do segundo caso – outro homem, de 32 anos, que também chegava do país europeu.

Até este momento, o coronavírus já infectou pouco mais de 91,3 mil pessoas em todo o mundo, a maioria das quais (80 mil e pouco) na China, país que soma 2.835 das 3.118 mortes. O Brasil, felizmente, só contabiliza duas pessoas contaminadas, que estão em tratamento domiciliar.

Voltando à matéria do Estadão, chama a atenção o fato de o genoma dos vírus dos dois pacientes brasileiros infectados serem diferentes. O estudo foi feito pelos mesmos pesquisadores da USP e do Instituto Adolpho Lutz. “Pela análise”, informa a publicação, “o primeiro tinha se assemelhado mais com o vírus que havia sido sequenciado na Alemanha. Já o segundo se aproxima mais do vírus sequenciado na Inglaterra. E ambos são diferentes das sequências chinesas”. O interessante é que ambos os brasileiros foram contaminados na Itália, que soma mais de dois mil casos com 52 mortes.

Ainda de acordo com o Estadão, a explicação da pesquisadora Ester Sabino, do Instituto Tropical da USP, é que “essas variações confirmam que a transmissão interna entre os países da Europa está bem estabelecida”. Ela diz ainda que a epidemia já está há algum tempo no continente europeu e “já passa de um país a outro”. Além disso, “a cada mês que passa o vírus sofre uma mutação e fica com uma espécie de código da região por onde passou, mostrando seu caminho’.

O que se percebe é que ainda há muito caminho pela frente até entender completamente o ‘comportamento’ do Covid 19. Enquanto isso não acontece e uma vacina não é desenvolvida, o melhor a fazer é a prevenção, que inclui medidas como:

  • Lavar as mãos com água e sabão frequentemente por pelo menos 20 segudos
  • Evitar levas as mãos ao rosto, principalmente à boa
  • Sempre que sair de casa levar um frasco de álcool gel para garantir que as mãos estejam sempre esterilizadas
  • Cobrir a boca e o nariz quando tossir ou espirrar, preferencialmente como o braço e não com as mãos
  • Utilizar lenços descartáveis
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, com talheres, copos, toalhas, travesseiros, etc.

O coronavírus assusta, como deveriam assustar também a dengue, cujos casos, segundo notícia da BBC, aumentaram 19% nas cinco primeiras semanas do ano, e o sarampo – somente neste início de 2020 o estado de São Paulo contabiliza 246 casos com uma morte. No ano passado, foram mais de 17,5 mil casos com 14 mortes.