Sobre sonhos

Outro dia, tive uma conversa bem reveladora com uma amiga muito querida, que está vivendo uma fase profissional bem desafiadora. Ela fez um comentário: “Acho que não tenho mais nenhum sonho. Sou incapaz de sonhar com alguma coisa”. E emendou com um comentário/pergunta: “Você não tem nenhum sonho, certo?”.

A conversa, evidentemente, foi bem longa. Mas, acabamos concluindo que ela tem sonhos, muitos sonhos. Só não decidiu ainda que sonho seguir. Existe um certo receio de deixar o que está fazendo no momento para se arriscar em um dos seus sonhos. E o medo, como se sabe, traz infelicidade. A impressão é que ela está nadando em um lago de sonhos e não consegue alcançar nenhum deles.

Minha resposta sobre se não tenho sonhos algum demorou um certo tempo. Precisei pensar a respeito até concluir que, sim, claro que tenho sonhos. Tenho um sonho distante, longe, mas factível. E vou estabelecendo metas possíveis e ficando muito feliz quando as atinjo.

No caso dela, tudo é uma questão de decidir sobre que sonho sonhar. Eu já passei por isso e sou uma pessoa que leva uma eternidade para tomar uma decisão. Quando isso acontece, o alívio é imenso e aí é só caminhar para atingir o objetivo. Aí, as coisas andam, fluem, acontecem.

Tudo então parece ser uma questão de foco. O que eu quero para mim? Isso que estou vivendo agora me serve? É isso que eu quero de verdade? Parece fácil, mas não é. Antes de tomarmos uma decisão importante, passamos por essa fase de ‘paralisia’, de pesar tudo na balança. Como é uma fase, acaba. Mas, é um período de grande sofrimento.

Essa minha amiga é muito corajosa, extremamente preparada e uma excelente profissional. Ela vai tomar a decisão de seguir o melhor sonho para ela, porque ela tem sonhos possíveis, realizáveis. É uma questão de tempo. Melhor assim do que aquelas pessoas que se imobilizam à espera de sonhos que nunca vão acontecer. Sentar e esperar não é uma alternativa. Nunca foi.