Ainda sobre assessoria de imprensa

Volto a esse assunto porque a cada dia surge uma novidade. Vi um post ontem em uma página do Facebook. Lá, uma das integrantes do grupo pedia ajuda para sanar uma dúvida. Ela conta a história de um amigo que recebeu a proposta de uma empresa (ela cita o nome, eu prefiro não fazer isso) oferecendo a ele uma “matéria informativa na Veja online e/ou Exame, que apareceria em 24h e ficaria no ar durante seis meses”. O custo disso: R$ 2 mil. O que ela queria saber do grupo é se alguém conhecida a empresa e o sistema.

Os comentários de integrantes do grupo são também muito esclarecedores. Uma delas informou ter passado por uma situação semelhantes, mas com uma empresa diferente – ou seja, há algumas empresas fazendo este tipo de coisa: ‘vendendo’ publicação em sites conhecidos.

Um outro membro disse ter visto que, na verdade, a empresa citada pela autora do post era resultado de distribuição por uma empresa brasileira que oferece esse serviço, aliás conhecido de quem faz assessoria de imprensa. Basta escolher a empresa, para onde quer mandar a informação e, por meio de acordos de parceria, a informação sai em vários sites, entre eles Exame e Veja, em páginas próprias e devidamente assinaladas para isso. A questão é que, quem quer lançar mão desse serviço, não precisa de intermediário.

Um terceiro comentário de uma assessora informava que propôs uma pauta para um “grande portal”, que não interessou. Logo depois recebeu uma ligação do comercial deste mesmo site oferecendo, claro, uma tabela de preço e a possibilidade de a matéria – a mesma que havia sido recusada pelo editorial – ser feita e publicada.

Curiosa com esse assunto, fui ao Google buscar mais informações: achei uma empresa que garante publicar releases – Veja e Exame – e ainda fazer link otimizado para SEO. Encontrei também empresas que oferecem pacotes de divulgação. Uma delas, inclusive, é um e-commerce, tem até carrinho de compras. Um dos pacotes garante dez publicações – não especifica em quais veículos – e clipagem. Fácil, né? Para que fazer planejamento, definir estratégia, estabelecer relacionamento com a imprensa? Parece ser coisa do passado. Mas é um presente – futuro também? – de que eu definitivamente não gosto.