Boatos, fofocas e mentiras matam, por Beth Guaraldo

No ‘cenário’ que o jornalista Ariel Palacios, correspondente da Globo News em Buenos Aires, usa para seus comentários nos telejornais, há uma plaquinha que diz: “Careless talk costs lives” – conversa descuidada custa vidas. O conceito era de uma campanha britânica durante a 2ª Guerra Mundial para alertar os cidadãos sobre a importância da discrição e contra boatos e fofocas. Ela foi criada pelo cartunista britânico Cyril Kenneth Bird, conhecido como Fougasse.

Se, naquela época, a mensagem fazia todo sentido para evitar vazamento de informações, hoje ela também é absolutamente verdadeira. Basta lembrar das fake news e das redes sociais. Essa premissa deve nortear o trabalho dos jornalistas, em qualquer circunstância, mas passa também pelas pessoas comuns que escrevem o que bem entendem em suas redes sociais, disseminando, às vezes, notícias falsas – que, segundo pesquisa do Instituto de Tecnologia de Massachusets, se espalham 70% mais rápido do que as verdadeiras.

Boatos e notícias falsas podem matar. Foi o que ocorreu com uma moradora do Guarujá (SP), acusada de magia negra. Ela foi espancada e morta por populares depois da publicação de um boato e de um retrato falado em uma página do Facebook. O crime ocorreu em 2014.

Fato semelhante ocorreu em Acatlán, no México, no ano passado. Desta vez, foram boatos sobre sequestros de crianças disseminados pelo Whatsapp e que levou os moradores da cidade a queimar vivo dois homens inocentes.

Produzir ou compartilhar notícias falsas e boatos é crime. Portanto, todo cuidado é pouco antes de encaminhar mensagens cuja origem não se conhece. Na dúvida, é melhor não passar para a frente. Atitudes levianas acabam com a reputação de uma pessoa. Mentiras e boatos matam!