Influenciadores e engajamento

Tenho lido com certa frequência no Linkedin posts de pessoas recomendando tomar cuidado com histórias de superação e sucesso ‘exageradas’. Já li também algumas destas histórias – incluindo uma mencionada no texto da recomendação. Se são verdadeiras ou não, claro, não há como saber.

Mas, a questão levantada no post é outra, não é debater a veracidade das informações, mas, sim, a questão do engajamento, a medida da influência. Quanto mais manifestações – contrárias ou favoráveis – mais o autor da história teria poder de influenciar seus seguidores. A autora, então, recomenda que não haja manifestação de forma alguma, escreve que o melhor é ignorar ou bloquear a pessoa responsável pela tal história polêmica.

Já faz um tempo que vivemos na era da recomendação. Ninguém em sã consciência compra nada, atualmente, sem dar uma busca na internet para checar o que as outras pessoas pensam a respeito do produto ou serviço. Preciso confessar que, quando precisei fazer uma cirurgia eletiva, fui, sim, ao Google, conferir o que outros pacientes falavam a respeito do cirurgião. Soube do caso de uma pessoa que se deu mal por não fazer isso.

E recomendação é a ‘praia’ dos influenciadores. E, correndo o risco de ser chamada de dinossauro, alienada, ultrapassada, entre outros nomes menos publicáveis, pergunto: como é possível confiar na recomendação de um influenciador, se ele é pago para dizer o que diz? O influenciador efetivamente ajuda a vender produtos, serviços, causas? Parece que sim, é claro, pelo tanto que se ouve falar a respeito.

Fico pensando se todas as pessoas que leem, ouvem ou veem as recomendações dos influenciadores sabem que eles são pagos para falar bem de marcas, produtos e serviços. É uma dúvida legítima. Eu, particularmente, desconfio desse tipo de coisa, a não ser que o tal produto ou serviço tenha recomendações mais, digamos assim, críveis, de gente em quem em confio, que conheço. No caso do cirurgião, os comentários – 100% positivos – eram de pessoas que tinham sido operadas por ele, que não ganharam absolutamente nada para falar de sua experiência.

Nestes tempos em que todos querem aparecer – nunca foi tão verdadeiro o ditado ‘falem mal, mas falem de mim’ – fica difícil saber em quem acreditar.