O retorno do feminino, por Beverley Wilson (*)

Não foram raras as vezes que ouvi de amigos ou de colegas: você é para casar!

Eu acreditava que isto era um elogio, carregada que estava de crenças ancestrais e sociais sobre o que é ser uma boa pessoa. Uma boa mulher. 

Hoje, depois de muitos anos casada, mãe, empresária e absolutamente fã da união saudável de um casal, tenho minhas dúvidas sobre o elogio por trás deste comentário. Então, se uma mulher não é para casar, ela é o quê? Em que categoria se encaixa? As japonesas, por exemplo, estão evitando ao máximo o casamento em prol de suas carreiras, já que, em seu país, ambos não são compatíveis.

O que observo como mulher são comportamentos distorcidos do feminino, numa sexualização desnecessária, numa competição sem parâmetros, ou numa apatia solitária. Algumas masculinizam sua abordagem na busca de serem respeitadas em estruturas predominantemente masculinas. Creio que, em maior ou menor forma, já fomos nós mesmas atrizes deste palco. Onde está a honra do reconhecimento do feminino? Do divino feminino?

Eckhart Tolle diz, em um de seus muitos vídeos, que se o feminino não tivesse sido assassinado brutalmente na inquisição, o mundo, diante de um equilíbrio maior entre feminino e masculino, seria muito mais justo. Usei minhas palavras na interpretação simplificada do que o guru de nossos tempos diz. Não se trata de ser feminista, de forma alguma. Mas de conferir os devidos valores aos divinos masculino e feminino presentes em tudo.

Se o feminino sagrado houvesse sido transferido de geração em geração, em toda sua sabedoria, as mulheres não seriam tolas românticas, em um extremo, ou as que detestam o masculino, em outro extremo, só por não terem seu direito ao conhecimento íntegro ancestral. A totalidade da mulher seria então apresentada ao mundo também na busca pela soma e não na crença de ser um complemento.

Medito, oro e vibro na crença de que traremos de volta o princípio feminino íntegro e, com ele, grande transformação da terra e das relações.

(*) Beverley Wilson é empresária