Ansiedade: dá para controlar e viver melhor, por Beth Guaraldo

Já faz tempo, ouvi a frase: “Depressão é excesso de passado, stress é excesso de presente e ansiedade é excesso de futuro”. Como uma pessoa que sofre de ansiedade, só posso mesmo concordar, pois o ansioso vive – e sofre – sempre por antecipação.

O problema é tão sério que, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciadas no ano passado, o Brasil é o país que tem a maior taxa de pessoas com transtorno de ansiedade no mundo, atingindo 9,3% dos brasileiros – cerca de 18 milhões de pessoas. Globalmente, a ansiedade impacta 4,4% da população, 18% a mais do que há dez anos. É muita gente. Pior: segundo o estudo, a ansiedade aflige mais mulheres no Brasil (7,7%) do que os homens (3,6%).

Se alguém me perguntar qual é o principal sintoma da ansiedade, eu respondo sem hesitar: preocupação permanente, mesmo sem razão alguma para isso. Mas, são muitos os sintomas: medo, tensão constante, sensação de algo ruim vai acontecer, falta de controle sobre os pensamentos – a gente nunca esquece a razão da tensão ou da preocupação quando reais -, problemas para dormir. No físico, uma crise de ansiedade se manifesta com respiração curta ou falta de ar, boca seca, irritação, tensão muscular a ponto de provocar dor. Mas, tem muitos outros. Depende da pessoa e do grau de ansiedade que ela apresenta.

Demorei muitos anos para entender que tudo o que sentia – atenção, o verbo está no passado – era ansiedade. Fui procurar um clínico geral. Os ansiolíticos ajudam até a hora de suspender a medicação. Encontrei solução na homeopatia. Claro que não posso afirmar porque não sou psiquiatra, psicóloga, psicoterapeuta, nada disso. Mas, acredito que a ansiedade não tem cura. É possível minimizar os sintomas, que é o que venho fazendo.

Mudei minha vida quase radicalmente. Abandonei a vida corporativa e agora trabalho em casa, o que, garanto, ajuda a reduzir o estresse do dia a dia. Pratico atividade física, dedico tempo para mim mesma, faço meditação. E, quando percebo que estou ficando ansiosa, procuro mudar meu padrão mental, controlar a respiração e pensar em coisas que me dão prazer.

Não é fácil, mas é possível. Controlar a ansiedade é um exercício diário.