Avenida Paulista, (ainda) um cartão postal da cidade

A mais paulista das avenidas foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 1891, por iniciativa do engenheiro Joaquim Eugênio de Lima (que batiza uma de suas travessas) e Clementino de Souza e Castro, que era presidente do Conselho de Intendências da cidade, cargo hoje conhecido como o de prefeito. Ela foi implantada em terrenos de antigas fazendas e áreas devolutas. Por decisão de Lima, foi chamada de Avenida Paulista, em homenagem a quem nasceu no Estado.

Palco de manifestações as mais variadas, a Paulista tem de tudo: teatro, cinemas, shoppings, museus como o MASP – Museu de Arte de São Paulo, na frente do qual fica o Parque do Trianon, uma reserva remanescente de Mata Atlântica localizada entre a Paulista e a Alameda Jaú, entre a alameda Casa Branca e a rua Peixoto Gomide.

O Trianon é realmente lindo e, diariamente, reúne pessoas das mais variadas idades que vão fazer caminhadas ou corridas pela manhã. Isso é um risco, porque o piso do parque vive esburacado, como já destaquei aqui e aqui. Entendo que é um trabalho um tanto complicado, já que o local é tombado pelo patrimônio histórico e as pedras portuguesas do chão não podem ser cimentadas, asfaltadas ou o que quer que seja. Elas – e basta uma visita por lá para perceber – ficam ‘presas’ com areia (é o que me parece). Portanto, uma chuva acaba com tudo.

O que não entendo é porque a manutenção não é feita sistematicamente e porque a Prefeitura não toma uma providência. Isso poderia ter sido feito antes do início da temporada de chuvas, mas não foi. Todos corremos riscos por lá. Precisamos andar – ou correr – de olho no chão para evitar os buracos e uma queda que pode ser bem feia.

Mas, é bom lembrar que o problema começa antes de se entrar no parque. A calçada em frente ao parque, além de um posto móvel da Polícia Militar, é a moradia de várias pessoas. Nada contra. A questão é a sujeira e o mau cheiro que encontramos pela manhã – e durante o dia também, principalmente quando sob sol quente. O parque dispõe de banheiros públicos, mas, o que fazer se ele fica fechado das 18h às 6h?

Mas, a Paulista também tem outras dificuldades. Basta andar pelos seus 2,8 km, para encontrar de tudo, inclusive, e o que é pior, ambulantes de todas as espécies. Se eles têm autorização da prefeitura para isso, não sei dizer. Longe de mim a intenção de ir contra o sustento de quem quer que seja, mas, na minha opinião, isso acaba com o visual da Paulista, um dos cartões postais da cidade. Uma avenida símbolo da cidade neste estado é lamentável, é triste, é um descaso!